sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

O Restaurador


Vestindo um jaleco branco.

Mãos habilidosas sobre uma antiga peça.

Retirar de uma..

Colocar em outra..

Aperfeiçoar!..

Seria gesso respingando pelo chão?

Não.

É um liquido vermelho intenso.

A peça se parece com um braço,

mas é mole e muito frágil

Assim como o corpo que a receberá de presente,

em meio a choro e ranger dos dentes a  cada enfiar da agulha

que cria fileiras com várias letras Xis,

o restaurador apenas sorri com paciência,

ao som de Danúbio Azul.

Enfim terminei!..” ele suspira.

No entanto,  o corpo que a muito se perdia em tremores,

Tem agora um braço imóvel

que terá de ser arrancado e descartado

Como em tentativas anteriores

- hora do almoço -

O restaurador sai de sua sala

exibindo uma suástica negra em seu braço.

Um comentário:

  1. Cau véi...
    brinca assim não...
    Pensa o arrepio que me percorreu a espinha, ao ler o fim deste texto...
    My God!!!
    Fantástico...Eu estava imaginando outra coisa, e vc vem com uma surpresa dessas...
    Meu véi...Parabéns mais uma vez. Perfeito.
    =P
    beijo, e saudade grande daqui...
    =*

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