segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Slow motion


Haverá sentido para quem sozinho caminha no nada?

Estranho como toneladas de entulho amontoados – restos de uma antiga civilização – podem fazer pouco e muito sentido no mesmo instante.

Eu, como mero pesquisador, contemplo tudo isso como quem sai de um velório do amigo de um amigo meu.

Termino de colher meus dados e tomo meu transporte acompanhado apenas por meus intrigantes pensamentos: “como seres com tanto potencial se extinguiram antes mesmo de sua estrela se tornar vermelha?”

“Deixaram de descobrir a maior de todas as maravilhas dos universos.”

“Perderam as forças antes mesmo de saberem tudo sobre o que vem depois d...”

Uma música alegre saúda o dia, tentando em vão me fazer esquecer minha passagem pelo universo onírico.

Sendo assim, é hora de acordar.

Tomo minha dose diária de nutrientes compactados e observo a morte que avança silenciosa depois da sombra do parapeito de minha janela.

Ao longe a visão de uma intrigante coluna de 5 metros que mais parece um contador apocalíptico sustentando em seu ápice um visor digital:

Winnipeg, 6:30 a.m., 59°C.