terça-feira, 31 de maio de 2011

Quando rejeitar é sinônimo de aceitar


O sopro da escuridão de uma noite remoída em insônia me empurra uma idéia escondida nas entranhas de minha alma:
“homens são, em suma, códigos de barra como tudo o que existe e nada mais”
Não são seres abençoados ou poupados do castigo eterno de um Deus poderoso e temperamental que muda de personalidade de um testamento para o outro.
Volvo minha fronte, agora, para o sopro do universo e grito em seu ouvido.
Sei que não serei ouvido - assim como os ecossistemas naturais que gritam ainda mais forte por socorro e sabem que também não serão ouvidos. Ou como os seres fisicamente humanos que, morrendo, não querem mais gritar por estarem economizando forças somente para matarem seus últimos fantasmas e descansarem em paz.
Quantas vezes não foi somente o acaso quem se manifestou com ou sem gritaria?
Dando idéias a assassinos de voz e mãos; telencéfalo altamente desenvolvido e polegar opositor a macacos; luz e calor a quem nem pediu, mas por fim desabrochou e deu frutos.
Esperto agora estou para as tolices humanas (espero).
Não me iludo mais com bois de cara preta ou com fundamentalistas de bela voz.
A não ser que sinta vontade de trocar minha alma por um copo de vinho ou qualquer quinquilharia dessas de brechó.
Se a liberdade existe, nada me impede...