sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Accipe quod tuum alterique da suum


Ouço vozes ruidosas, perturbadoras, mas nelas não vejo sentido, por mais que soprem em meus ouvidos como se fossem anjos da morte sugando o ar de meus pulmões.
Mas em que eu estava pensando mesmo? Devo estar sonhando, mas sinto minha presença em flashes em algo como uma festa; pessoas cheirando a cigarro sorrindo e de repente um grito, uma correria e uma súbita dor de cabeça.
A realidade se parece com um manto de seda recobrindo todo meu corpo, meus olhos parecem não piscar. E esse luar, com essa forte luz em minha retina me pergunta coisas sobre meu passado pouco admirável sem me deixar responder.
Meus braços só podem estar atados não há como move-los por mais que eu faça força.
As vozes em minha mente... “espere” hã ??
“Puxa ele!! Aqui!! Coloque aqui!! Empurre ess...”
Agora um ronco como de motor reproduz uma gargalhada infernal que parece levar consigo a luz da Lua que subitamente parou de me questionar.
Devo estar morrendo.
Sinto um forte gosto de terra e sangue, ergo os olhos vejo o céu claro, sem nuvens; viro a cabeça sentido uma forte e anormal dor na nuca; noto que ela está sobre o asfalto enquanto meu corpo repousa sobre a perfurante areia do acostamento.
Ainda não sei como vim parar aqui, mas devo me levantar, antes que a luz suma de vez...

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